Introdução
Existem lugares sem história?
Reais ou imaginarias, fatos ou lendas, sempre haverá algo a contar. Um lugar pode não existir, ou nunca ter existido como nós entendemos “existir”, mas história haverá. Lugares e registros podem ser destruídos, apagados, mas história existirá ao menos na imaginação dos artistas ou na visão dos que crêem.
Cidades invisíveis como as de Ítalo Calvino, podem conter mais histórias que outras construídas em sólido concreto, mas encobertas pela poeira da poluição, pela névoa do desrespeito, pela cegueira da ignorância. Os lugares residem de fato em nossa mente. Lá estão os sentimentos, as sensações e não precisamos ver ou tocar. Basta sentir para estar nestes lugares.
Guarulhos. Aqui desembarquei há trinta anos. Construí minha morada, ganhei meu pão e criei minha ninhada. Aqui habita meu corpo, entre as bordas do Tiete na zona leste, a burguesia da zona norte, as encostas da Cantareira e os portais do Vale. Ente a violência diariamente exposta na mídia e as límpidas nascentes dos ribeirões. Entre os crimes passionais e o canto dos sabiás Laranjeira. A mente do artista viaja por estes lugares, observando detalhes, gravando sensações, registrando a realidade crua e reconstruindo o imaginário. Assim como Will Eisner transformou os subúrbios de Nova York em novelas gráficas, Peter Jackson retrata aqui em nanquim, os anônimos cidadãos desta cidade, suas lembranças, suas histórias.
Lucilius C. Pinto
Guarulhos, Nov 2010
Existem lugares sem história?
Reais ou imaginarias, fatos ou lendas, sempre haverá algo a contar. Um lugar pode não existir, ou nunca ter existido como nós entendemos “existir”, mas história haverá. Lugares e registros podem ser destruídos, apagados, mas história existirá ao menos na imaginação dos artistas ou na visão dos que crêem.
Cidades invisíveis como as de Ítalo Calvino, podem conter mais histórias que outras construídas em sólido concreto, mas encobertas pela poeira da poluição, pela névoa do desrespeito, pela cegueira da ignorância. Os lugares residem de fato em nossa mente. Lá estão os sentimentos, as sensações e não precisamos ver ou tocar. Basta sentir para estar nestes lugares.
Guarulhos. Aqui desembarquei há trinta anos. Construí minha morada, ganhei meu pão e criei minha ninhada. Aqui habita meu corpo, entre as bordas do Tiete na zona leste, a burguesia da zona norte, as encostas da Cantareira e os portais do Vale. Ente a violência diariamente exposta na mídia e as límpidas nascentes dos ribeirões. Entre os crimes passionais e o canto dos sabiás Laranjeira. A mente do artista viaja por estes lugares, observando detalhes, gravando sensações, registrando a realidade crua e reconstruindo o imaginário. Assim como Will Eisner transformou os subúrbios de Nova York em novelas gráficas, Peter Jackson retrata aqui em nanquim, os anônimos cidadãos desta cidade, suas lembranças, suas histórias.
Lucilius C. Pinto
Guarulhos, Nov 2010